Cada vez mais presente em séries de televisão e filmes, a perícia forense é comum em investigações, não com o mesmo glamour que aparece nas histórias de ficção, mas de suma importância na solução de assassinatos.
1 - Caso PC Farias
Em 23 de junho de 1996, o empresário e ex-tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello à presidência da república, Paulo César Farias, conhecido como PC Farias, e sua namorada Suzana Marcolino foram encontrados mortos na casa de praia de PC, em Maceió. A primeira versão, dada pela polícia e corroborada pelo perito Fortunato Badan Palhares, era de que Suzana havia matado PC Farias e, em seguida, se suicidado. O motivo? Crime passional. O empresário estaria saindo com outra mulher, Cláudia Dantas.
Em 1998, a equipe dos peritos Daniel Munhoz, da Universidade de São Paulo (USP), e Genival Veloso de França, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), contestou o laudo de Badan Palhares. De acordo com a nova perícia, tanto PC quanto Suzana teriam sido assassinados. Uma divergência crucial entre as perícias se refere à altura de Suzana. Enquanto a primeira afirmava que ela tinha 1,67 m; a segunda, 1,57 m. Não é preciosismo. A altura é essencial para saber se o tiro que matou o empresário poderia ter partido de Suzana ou não.
Mas havia outras inconsistências. O revólver encontrado na cena do crime não tinha digitais. Se Suzana tivesse matado PC Farias e, depois, se matado, ela deveria estar com luvas nas mãos, o que não aconteceu. O perito Ricardo Molina, ao analisar as gravações das ligações do celular de Suzana, constatou a presença de uma terceira pessoa no local do crime.
Fatos como a família Farias ter queimado o colchão e os lençóis onde estavam os corpos menos de 72h após o crime e os seguranças de PC não terem ouvido os tiros também provocaram dúvidas a respeito da versão de assassinato seguido de suicídio. Em 18 de novembro de 1999, a polícia encerrou o inquérito sobre a morte de PC e indiciou os então seguranças e o irmão do empresário, o ex-deputado Augusto Farias. Quase 16 anos depois, o caso ainda não foi julgado.
2 - Caso Isabella Nardoni
Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos, foi morta na noite de 29 de março de 2008. A perícia concluiu que a menina foi atirada do sexto andar do prédio onde moravam o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, na Zona Norte de São Paulo.
A versão do pai e da madrasta afirmava que alguém teria entrado no apartamento e jogado a menina pela janela. Segundo o casal, eles teriam chegado ao prédio naquela noite com Isabella e os dois filhos, Pietro e Cauã. Alexandre Nardoni teria subido primeiro apenas com Isabella, que estaria dormindo. Depois de deixar a filha na cama, ele teria voltado até a garagem para ajudar Anna Carolina com os dois meninos. Ao voltar para o apartamento, Alexandre teria encontrado a porta aberta, a tela de proteção cortada e a menina caída no jardim do prédio.
Mas a perícia desmentiu tal versão: rastros de sangue foram encontrados na porta de entrada do apartamento do casal, na sala, no corredor e no quarto dos irmãos da menina. Havia sangue, também, na maçaneta, no carro da família, na tela de proteção e no parapeito da janela do quarto das crianças. A tela de proteção da janela estava cortada. Os laudos mostram que havia indícios de que Isabella havia sido espancada antes da queda. Não havia sinal de arrombamento do apartamento e nem de furto. A perícia revelou, também, que a menina não foi jogada pela janela agressivamente, mas de forma delicada, pelos pulsos. Havia marcas da mão e dos joelhos de Isabella logo abaixo da janela.
A defesa dos Nardoni não contestou as provas técnicas, mas sustentou que elas não comprovavam a culpa do pai e da madrasta de Isabella. Após cinco dias de julgamento, o júri condenou o casal. Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos e Anna Carolina Jatobá, a 26 anos, em regime fechado.
3 - Caso Richthofen
O casal Manfred e Marísia von Richthofen foi morto em 31 de outubro de 2002 com golpes de barra de ferro. A polícia foi chamada por Daniel Cravinhos, namorado da filha do casal, Suzane von Richthofen. Ele disse à polícia que a casa parecia ter sido assaltada.
Ao chegar ao local, a polícia encontrou apenas dois cômodos revirados, o quarto das vítimas e a biblioteca. Em um primeiro momento, a situação sugeria latrocínio – roubo seguido de morte. O crime parecia ter sido cometido por pessoas próximas à família. O casal foi encontrado com os rostos cobertos, o que, segundo os peritos, é sinal de que as vítimas conheciam os agressores. Além disso, a forma com que os papéis da biblioteca estavam no chão levava a crer que eles não haviam sido atirados de forma aleatória, mas que haviam sido colocados propositadamente. Se tivesse sido latrocínio, segundo os policiais, deveria haver sinais de arrombamento, que não foram encontrados. O fato de o alarme da casa não ter funcionado também levantou dúvidas nos investigadores.
A suspeita de que o assassino fosse íntimo da família aumentou quando a polícia descobriu que um fundo falso no armário estava revirado. Ao mesmo tempo em que os peritos examinavam a biblioteca, Suzane era interrogada. Ela contou não ter mexido na casa e disse ter visto a pasta que guardava o dinheiro da família na biblioteca cortada. No entanto, essa versão era incompatível com acena encontrada. A pasta estava de fato na biblioteca, mas com o corte virado para baixo, impossível de ser visto sem que se mexesse no objeto.
As suspeitas em relação a Suzane e ao namorado aumentaram quando policiais, dois dias após o crime, apareceram na casa dos Richthofen para uma vistoria e encontraram Suzane, Daniel e um casal de amigos se divertindo na piscina ouvindo música alta. Os telefones da casa foram grampeados e campanas foram montadas nos arredores das casas dos principais suspeitos. O fato de Christian Cravinhos, irmão de Daniel, ter comprado uma moto por US$ 3,6 mil pouco tempo depois do assassinato com 36 notas de US$ 100 pareceu um indício bastante contundente do envolvimento na morte dos pais da namorada do irmão.
Confrontados com a análise da perícia, Suzane e os irmãos Daniel e Christian Cravinhos confessaram o crime. Uma semana depois, a perita-chefe do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Jane Belucci, fez com eles a reconstituição do homicídio. O Tribunal do Júri condenou Suzane Richthofen e Daniel Cravinhos a 39 anos pelos assassinatos. Já Christian Cravinhos foi condenado a 38 anos de reclusão.
Primeiro crime ok. Segundo Crime ok. Terceiro crime apenas idiotas acreditam nessa conspiração mal detalhada e sem lógica kkk.
ResponderExcluirNada a ver essa foto é do caso PC Farias
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