Se você é fã de séries como CSI, Bones e NCIS, e até já se interessou em se tornar um agente como os dos programas, primeiro você precisa saber que o cotidiano desses profissionais não é tão emocionante como o que vemos na TV. Na verdade, os agentes passam muito mais tempo escrevendo relatórios do que vasculhado cenas de crimes ou nas ruas capturando bandidos, e muitas das tecnologias que aparecem nos episódios nem sequer existem.
Contudo, isso não significa que algumas coisas que vemos nos seriados não sejam reais ou que o cotidiano dos investigadores forenses seja uma chatice! A seguir você pode conferir quatro ferramentas que esses profissionais usam durante as investigações:
1 – Luminol
Sabe quando os investigadores dos seriados usam aquela substância química mágica que torna alguns fluídos corporais visíveis sob a luz negra? Então, esse composto existe de verdade e consiste em um pó que, depois de misturado com um reagente específico, brilha com uma intensa coloração azul quando entra em contato com a hemoglobina.
Assim, o luminol é uma ferramenta extremamente útil, já que permite que os agentes detectem a presença de sangue — mesmo em quantidades minúsculas — em locais pouco visíveis e até mesmo áreas que foram lavadas anos antes. Contudo, a substância deve ser usada com cuidado, pois pode destruir a evidência totalmente, sem contar que pode reagir quando em contato com outros compostos, como a urina e o cobre.
2 – Necropsia digital
Outra coisa que você já deve ter visto em algum episódio foi a análise digital de cadáveres. Efetivamente, embora ainda não esteja disponível em todos os locais, essa proposta pode se tornar uma alternativa válida em breve. Isso porque, as necropsias podem ser muito traumáticas para as famílias das vítimas, sem falar que algumas culturas e religiões banem esse procedimento.
Nesse sentido, a Universidade de Leicester, na Inglaterra, desenvolveu um método baseado na injeção de uma substância reagente através de uma pequena incisão no pescoço que permite o mapeamento de todos os vasos sanguíneos por da tomografia. O procedimento permite determinar a causa da morte com um índice de 80% de precisão, e se o homicídio for descartado, a necessidade de dissecar o corpo é dispensada.
Além de menos invasivo e traumático, o procedimento também oferece mais segurança para a equipe médica, já que assim evita-se o contato com material potencialmente infeccioso. E mais: caso seja necessário, o exame pode ser realizado com tecnologia tridimensional.
3 – Kits de investigação
Sabe quando os investigadores entram em cena com aqueles kits para coletar possíveis evidências dos corpos? Na vida real eles também existem, já que as vítimas também fazem parte da cena do crime. No entanto, apesar de parecer que tudo ocorre em um piscar de olhos, os examinadores chegam a passar entre quatro e seis horas documentando cada marquinha e laceração, coletando material sob as unhas, fibras sobre a pele, mucosas etc.
E, assim como nos seriados, nem sempre a vítima está morta! Portanto, embora seja imprescindível e realmente leve à captura de muitos criminosos, o exame pode ser extremamente traumático. Ainda assim, os kits continuam sendo melhorados, e hoje os investigadores inclusive contam com uma substância fluorescente que permite localizar áreas do corpo com lacerações com maior facilidade e rapidez.
4 – Amostras de DNA
Os exames de DNA também são outra ferramenta que pode ajudar os investigadores da vida real a capturar criminosos. No entanto, a coisa não é tão simples como vemos nos seriados, pois as amostras podem ser facilmente contaminadas. Aliás, existe um caso bem interessante ocorrido na Alemanha que ilustra esse tipo de dificuldade. Durante mais de 15 anos, as autoridades ficaram à caça da serial killer mais procurada do país.
Tudo começou com o assassinato de uma policial na cidade de Heilbronn, seguido pela morte de outras seis vítimas em locais aleatórios e diversos roubos. Embora a tal criminosa tenha conseguido escapar sem ser pega de mais de 40 cenas de crimes, os investigadores tinham diversas amostras de seu DNA guardadas em seu banco de dados, e elas apontavam que se tratava de uma mulher.
A surpresa ocorreu em 2009, durante a investigação sobre um homem que havia cometido suicídio. Ao tentar determinar a identidade do falecido, os policiais detectaram o DNA da serial killer nos documentos do morto. Isso os levou a descobrir que, na verdade, os kits utilizados para coleta das evidências havia sido contaminado acidentalmente por uma moça — inocente — que trabalhava na fábrica que produzia os “cotonetes” usados pelos investigadores.
(Maria Luciana Rincon, para Megacurioso)
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