quinta-feira, 5 de junho de 2014

Perícia grafotécnica

Como os peritos grafotécnicos ajudam a desvendar crimes e solucionar mistérios

Em 1444, o texto Doação de Constantino, documento que durante séculos serviu como argumento para justificar o poder temporal dos papas sobre os Estados Pontifícios, foi declarado falso. Em 1906, o oficial francês Alfred Dreyfus foi reabilitado, após doze anos, da acusação de traição à pátria pela presumida autoria de uma carta suspeita. E em 1983, a revista alemã Stern publicou trechos de um suposto diário de Hitler, posteriormente reconhecido como uma falsificação grotesca.

Esses são apenas três exemplos relacionados à falsificação de documentos que se tornaram mundialmente famosos, mas os processos penais estão repletos de casos em que assinaturas, cartas, datas de documentos etc. são falsificados.

Detalhes entre a mentira e a verdade

A solução, muitas vezes, está no trabalho de técnicos especializados em perícia grafotécnica.

A base da perícia grafotécnica é a comparação do escrito questionado com outro ou outros seguramente autênticos.
O papel do especialista é apresentar um laudo ou um parecer retratando fatos e fazendo sua interpretação a partir dos seus conhecimentos.

Marcas indeléveis

Quando aprendemos a escrever, somos levados a reproduzir uma forma caligráfica comum, mas com a prática e nosso desenvolvimento pessoal, este modelo vai sendo deixado de lado e fatores como treino, habilidade artística, tônus muscular e maneirismos contribuem para a formação de uma escrita singular, enraizada à medida que nossa escrita vai se tornando um hábito automático.

Além disso, existem duas forças básicas que determinam nossa escrita: a vertical, ou seja, a pressão do instrumento escritor contra o suporte, e a horizontal, que nada mais é do que o movimento – retilíneo ou circular – do instrumento escritor sobre o suporte. Intensidade, direção e sentido estão relacionados a características individuais.

Como afirma Robert Saudek, grafologista tcheco e fundador da Sociedade de Grafologia Profissional da Holanda, “ninguém é capaz de imitar, ao mesmo tempo, cinco elementos do grafismo: riqueza e variedade de formas, dimensão, enlaces, inclinação e pressão”.

(PUC-Rio)


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